terça-feira, 31 de março de 2020
domingo, 29 de março de 2020
quarta-feira, 25 de março de 2020
Lançamento de livro
Alguns momentos do lançamento do livro: "Psicologia e dilemas contemporâneos". Lançado dia 06 de março de 2020 no auditório do Centro Universitário de Caratinga - UNEC.
Artigo de opinião
Doenças que assustam
Provavelmente um dos grandes dilemas e desafios que assolam a humanidade é combater a autossuficiência que insiste em fazer morada em nós. Um sentimento silencioso e ao mesmo tempo traiçoeiro, mas que persegue a existência humana, fazendo com que nos percebamos donos de tudo e de todos.
A cultura do poder, em todas as suas manifestações e formas, que envolve a alma humana, estabelece condições para a disseminação e proliferação do sentimento de autossuficiência. Acreditamos ser poderosos demais, acreditamos que conseguimos controlar tudo, que podemos tudo, que somos “espertos” demais.
Mas nem sempre é assim, a vida na sua dinâmica, que a cada dia se torna mais global, se encarrega de mostrar ao ser humano que ele é extremamente frágil, pequeno, e que nem sempre consegue controlar todas as situações que cercam a sua vida.
Vivemos uma pandemia provocado pelo Covid-19, o famoso coronavírus, estamos tensos, espantados, temerosos. O mundo lentamente está parando, a ordem é ficar em casa, evitar lugares com aglomerações de pessoas. Nossa fragilidade se estampa nos comunicados oficiais e nos noticiários.
Não é a primeira vez e acredito que não será a última pois a história nos mostra que de tempos em tempos aparecem doenças que assustam a humanidade. Todavia, o que se percebe é que o tempo entre uma pandemia e outra parece a cada dia se encurtar mais.
A humanidade vivenciou o tempo dos leprosos, da peste bubônica, da gripe espanhola, da gripe suína, do vírus ebola, entre tantas outras, que foram se juntando ao câncer, à diabetes, Alzheimer, enfim, a uma série de doenças que aos poucos estão se tornando cada vez mais presente entre nós.
E todas elas sinalizam numa direção, por mais que estejamos evoluídos, desenvolvidos tecnológica e cientificamente, ainda somos incapazes de dominar tudo, quando achamos que estamos controlando o mundo que nos cerca, aparece algo que mostra o contrário.
Isto possibilita uma nova oportunidade que a vida nos dá para repensar nossa existência, para pensar como estamos lidando com o mundo, como estamos vivendo, quais são nossos hábitos e costumes, como estamos tratando as pessoas, como estamos nos reconhecendo.
Pode parecer clichê, mas é estranho demais como somos capazes de criar situações que nos colocam em perigo. Nossas ações, sempre pautadas num progresso que beira o egoísmo que leva ao olho por olho, dente por dente, acaba por criar cenários de desespero coletivo.
As doenças assustam não porque são simplesmente doenças, mas porque invadem barracos e castelos, casebres e mansões. Elas assustam porque não escolhem grupos, pessoas ou situações, na verdade somos todos vulneráveis a elas, sendo suscetíveis aos seus efeitos.
Só espero que a globalização das doenças nos permita globalizar a sabedoria humana também.
Artigo de opinião
A importância dos ídolos
A vida em sociedade acaba por reservar a certas pessoas uma importância e reconhecimento muito além das demais. Elas ultrapassam a barreira do desconhecimento, do anonimato e tornam-se para muitos um ídolo. Portanto, uma pessoa que representa algo que pode beirar ao sobrenatural. Por isso provocam os mais diversos tipos emoções e reações.
Acredito que a vida de uma pessoa que ganha a conotação de ídolo não deve ser nada fácil, principalmente em relação à privacidade. Muitos são os exemplos de pessoas, que ao se tornarem famosas, transformaram suas vidas em um pesadelo; não conseguiram lidar com o ônus de uma vida exposta ao extremo.
Por outro lado, tantas outras utilizam desta mesma fama, não só para alcançarem o sucesso material, mas também para abraçarem alguma causa de cunho social. Assim, alguns utilizam de suas imagens para combaterem as mazelas da sociedade na qual se encontram, ou até mesmo, algumas de repercussão mundial, como a fome, a violência, a educação de péssima qualidade e o preconceito.
Todavia, no Brasil, nossos ídolos não perceberam a importância de suas imagens, não perceberam que de suas ações, palavras, ou até mesmo quando se omitem, acabam sendo exemplos para milhares de pessoas. Pois afinal, a figura do ídolo, se torna referência, um modelo ou até mesmo um estilo de vida.
Basta um corte de cabelo, uma tatuagem, uma expressão, um jargão, um sinal, que rapidamente viraliza, tornando-se presente na convivência interpessoal. A ação de um ídolo ultrapassa as barreiras do entendimento, da racionalidade e vira modismo na grande maioria dos casos.
Por isso, a figura que se constrói e ao mesmo tempo se esconde atrás de uma pessoa, que se torna ídolo, acaba por se tornar de importância social. Situação que vai além de qualquer forma de controle. Pois delas podem surgir ou emergir na sociedade o exemplo que produzem.
Nossa sociedade é repleta de figuras que são identificadas como ídolos. Mas o que gera estranheza é como a maioria deles agem, que exemplos propagam. Poderíamos nos perguntar, primeiramente, quem são os principais ídolos da nossa sociedade? E logo em seguida, que qualidades eles propagam? Que exemplos são transmitidos por suas ações?
Parece que podemos agrupá-los em dois grupos. Em um deles, aqueles que se omitem em qualquer ocasião, que chegaram no auge, mas nunca tiveram a coragem de defender nenhuma bandeira de significância para a sociedade. Já no outro grupo, estão aqueles que vivem aprontando, utilizando de suas imagens para propagar justamente aquilo que mais fere a sociedade atualmente: o feminicídio, o abuso contra mulheres, o tráfico, a falsidade ideológica, enfim, situações que denigrem o ser humano.
Já cantava Elis Regina: “nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não”. Pelo visto ela tinha razão, basta apenas querer ver. Talvez aí esteja o problema.
Artigo de opinião
Viu, sentiu compaixão e cuidou dele
Na era da sociedade denominada de modernidade líquida, em que o individualismo se torna a sua principal característica e que tudo parece se desfazer em uma velocidade alucinante, praticamente nada permanece por muito tempo, ao contrário tudo passa muito rápido, como se fosse descartável. Assim neste contexto que ganhou o codinome de praticidade, pensar no outro é uma prática que a cada dia paulatinamente fica mais distante.
Somos marcados por um egoísmo sem limites, pela total desconfiança de uns pelos outros, acredito que nem o mito de Narciso, no auge do seu narcisismo, conseguiria expressar com tamanha fidelidade o que estampa nossa sociedade. Olhar para o próprio umbigo nunca foi tão significante. Todavia estamos pagando um alto preço, basta pensarmos sobre as grandes aflições que assolam a humanidade.
Nesta direção, nada mais oportuno que o tema proposto pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para a reflexão da Campanha da Fraternidade de 2020, eis o tema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.
Um convite singular que nos provoca a uma autorreflexão: que o outro precisa ser notado, observado, visto, amado e principalmente cuidado. Um convite que propõe a ruptura do sentimento de inércia, de indiferença, de isolamento e até mesmo de solidão, que aos poucos vão ganhando raízes e se aprofundam em cada um de nós, deixando-nos frios, mesquinhos, cegos e descrentes da própria humanidade.
Perceber o outro, querer bem ao outro, torcer pelo sucesso do outro, acolher o outro, talvez seja um dos nossos maiores desafios. E não basta só ver, saber que existe, é preciso sentir, ter compaixão, e acima de tudo agir, cuidar, colaborar para que o outro cresça também, se desenvolva, tendo as oportunidades que lhe são pertinentes.
Não podemos mais ser indiferentes à pobreza que se mostra no rosto de milhares de pessoas famintas, perpetuando-se na sociedade das desigualdades que mantemos; não podemos mais ser indiferentes às mulheres que sofrem as mais diversas formas de brutalidades, como se o problema fosse só de quem apanha; não podemos mais ser indiferentes em relação aos moradores de rua, as crianças abandonadas, aos dependentes químicos, como se não tivéssemos nada com isso; não podemos mais ser indiferentes ao outro como se ele simplesmente não existisse.
Necessitamos cuidar, deixar brotar em nós esse sentimento de perceber o outro em sua totalidade. Mais do que ver o necessitado é preciso tentar se colocar no lugar da pessoa, pois só assim teremos compaixão e por consequência nascerá a coragem que estimulará a busca por mudanças. Lembrando que existem vários tipos de necessidades, como amor, afeto, compreensão, presença, alimento, dignidade... enfim, necessitamos de tudo que nos torna seres melhores. Tenhamos a coragem de ver, perceber e cuidar.
terça-feira, 24 de março de 2020
Coronavirus : Fragilité humaine et voie de l'espoir.
Coronavirus : Fragilité humaine et voie de l'espoir.
Par: Elibien
Joseph
Belo Horizonte-Brésil
Depuis le début du nouvel an, le monde fait face à une situation très complexe : celle de la
propagation de la pandémie dénommée coronavirus ou Covid-19. Aujourd’hui, cette situation interpelle tout le monde, qu’on
soit chrétien ou non chrétien à réfléchir sur le sens de l’existence humaine. Les relations
humaines exigent de nouvelles perspectives: la distance, les soins personnels
et collectifs ainsi que des disciplines appropriées. Beaucoup des gens pensent
que le phénomène en question serait «l'accomplissement des prophéties» et le
«temps apocalyptique». Ces personnes considèrent également ces signes en vigueur comme moyen par lequel Dieu fait
connaître son message révélateur (cf. Ap 1,1) à travers des phénomènes
mystérieux pour implanter son Royaume parmi les hommes (11, 15). Compte tenu de
ce qui précède, les questions sont pertinentes: toutes les interprétations
sont-elles correctes? Comment l'être humain devrait-il lire les signes des
temps du point de vue du mystère révélé, c'est-à-dire, Jésus-Christ ?
L'itinéraire évangélisateur de Jésus-Christ a
marqué une nouvelle forme de relation humaine pour proposer et établir un monde
inclusif. C'est un message d'espoir pour les exclus. De même qu`au temps de
Jésus comme aujourd'hui en ce XXIe siècle, l’être humain est totalement indifférent
à la douleur et aux cris de ses semblables. Il suffit de jeter un coup d’œil sur
l’inégalité qui existe entre les pays du Nord et ceux du Sud, entre les riches
et les pauvre surtout les marginalisés. Ils sont rejetés devant la société,
avec peu de souci d'améliorer la qualité de vie des plus fragiles. En effet, ces
aspects mettent en évidence la nécessité d'une nouvelle relation avec la
nature. Et c’est dans cette perspective
que le pape François exhorte dans son encyclique « Laudato Si», non
seulement aux chrétiens, mais aussi à tous les êtres humains à développer un
soin particulier pour la maison commune, approfondissant ainsi l'écologie
intégrale.
Le Covid-19 interroge les êtres humains sur la façon dont ils se rapprochent
à eux-mêmes, aux autres, à la nature et à Dieu, en
particulier dans les moments d'intégration humaine: moments de fêtes, de
partage, de célébrations, etc. Y a-t-il vraiment une harmonie avec toutes les
classes, en particulier avec les marginalisés ? Peut-on dire que cette pandémie
montre qu'il n'y a qu'une seule race, la race humaine? Oui, il n'y a pas de classe,
de statut social ou d'être humain meilleur qu'un autre. Ce qui existe, c'est la
classe humaine, très fragile dans son parcours existentiel. Nous sommes tous (pauvres,
classe moyenne, riches, bourgeois…) dans
le même bateau. En fait, les initiatives
de «rester à la maison» fermer les frontières au niveau mondial, annuler toutes
les activités sociales, culturelles et religieuses peuvent stimuler des
situations défavorables, telles que l'insécurité, la peur, la panique, entre
autres sentiments paralysants.
En fin, cette pandémie peut être lue comme un message de sensibilisation
sociale dans un moment opportun pour renforcer l'humanité et le sens
patriotique parmi les nations, la recherche du bien-être de tous. C'est aussi un
moment propice pour discerner et réfléchir sur la possibilité de créer de
nouvelles relations humaines basées sur la compassion, l'équité et l'amour;
essayer de surmonter l'injustice, l'indifférence et découvrir l`essence même de
la maîtrise de soi. Dans la foi,
l'espérance et la charité, marchons dans la lumière du Christ, en croyant
toujours dans l'amour, la miséricorde et la compassion de Dieu pour le monde, afin de
faire face à cette pandémie.
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