quinta-feira, 5 de julho de 2012

Filosofando em gotas II

A VAIDADE

A vaidade é um estado de espírito que co-habita a existência humana a séculos. Nela é depositado estilo de vida, de pensamento, de comportamento... em muitos casos se torna a seta que guia as pretensões humanas.

A vaidade não deve ser confundida com cuidado, com a ato de cuidar. Ser cuidadoso é ser zeloso, presente, vigilante... é ter a consciência do que é preciso ser feito, conduzido, da necessidade do próprio ser.

A vaidade é personificada na figura de Narciso, no famoso Mito de Narciso, que basicamente é descrita da seguinte maneira:

Um jovem, Narciso, por se achar tão bonito, forte, vistoso... acredita que não deveria dedicar-se a ninguém, que todos não são dignos da sua companhia, dos seus afetos, da sua pessoa. Em um determinado dia, ao beber água em um lago, deparou-se com a sua imagem sendo refletida no espelho d'água, ficou tão admirado, envaidecido, passando assim, a fixar o seu olhar naquela imagem. Conta a mito, que ele não conseguiu deixar de fitar sua própria imagem, por considerá-la bela demais, até que em um determinado momento ele caiu no lago e morreu afogado.

A vaidade é assim, corrompe a alma humana, direciona para a morte. Não necessariamente a morte física, mas a morte interior do ser, da essência humana. Ela tampa os olhos, promove o egoísmo, deixa o ser insensível. 

Narciso (1594 - 1596), por Caravaggio.

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